Segundo alguns especialistas, vivemos a era do “analfabetismo funcional”. A vulgarização e banalização do MBA, mestrados, doutorados e a indústria da produção de diplomas de graduação e a incapacidade do ensino médio de formar profissionais, respondem por esse fenômeno. Onde está a raiz do “analfabetismo funcional”? No lucro pretendido por parte de faculdades, universidades e escolas e na incompetência do sistema de educação brasileiro para formar. Alimenta esse fenômeno a crença de estudantes e profissionais de que com esses títulos o mercado se abre.
O analfabetismo funcional é uma realidade, encontramos pessoas portadoras desse e daquele diploma que não apresentam a mínima sugestão para um dado problema. É preciso compreender que o mundo não está mais interessado em currículos e diplomas, e sim em quem tem capacidades proativas e resolutivas. O currículo adquiriu importância secundária porque ele depende da comprovação do que nele está escrito. Em uma pequena caminhada pelo problema vamos encontrar outras fontes criadoras desse dessa situação.
Tudo começa pelo arcaico modelo do ensino médio. Ele não direciona o aluno para uma capacidade produtiva. Para ser produtivo e resolutivo não dá para ser bom em tudo. Portando, o ensino básico precisa ser mais encorpado e exigente em suas fases para compreender ensinos multidisciplinares criando um funil, cuja escolha será individual para ingressar no ensino médio.
A massa da população brasileira é de classe média baixa e classe baixa, eles precisam ser profissionais para obter recursos financeiros e projetarem seu crescimento. O ensino médio precisa dessa visão. Um grande país depende mais de grandes técnicos do que de mestres e doutores, é como se levássemos para uma guerra uma grande quantidade de generais e poucos soldados. É como se um clube de futebol contratasse mais coaching do que jogadores de futebol. Dai a necessária revisão e reestruturação do ensino brasileiro.
Inclinando-se para o topo da pirâmide, verificamos que a situação não é nada animadora. Cursos de mestrados e doutorados surgem a cada equina, é a banalização desses cursos. Desculpem-me se me engano, mas eu particularmente não sei o que doutores fazem em sala de aula, se não deveriam estar em laboratórios fazendo ciência, é o desprezo do sistema pela pesquisa.
O Brasil despreza duas coisas fundamentais: a pesquisa e o planejamento. Agora observem, pela incompetência de nosso sistema de educação, quanto mais doutores nas salas de aulas, mais pontuação recebe uma universidade. Isso é a utopia de um modelo de ensino, associado à outra utopia, a de que para se se candidatar ao doutorado é pré requisito possuir o mestrado, este por sua vez induz aos profissionais que para fazer o mestrado, é melhor possuir a especialização no nível “lato sensu”. Ou seja, construíram a perfeita indústria da educação onde encontramos um tipo de hierarquia mais definida que a hierarquia militar, como se a finalidade de um, dependesse o outro. Não há visão de pesquisa, de investigação e de ciência. Não se iludam tudo está ligado numa mesma tomada de força: reserva de mercado e lucro.
A avaliação de uma universidade deveria estar na eficiência de pesquisa com grandes laboratórios cheios de doutores fazendo ciência para este país crescer. Deveria ter grandes especialistas ensinando como fazer, como criar alternativas, como solucionar. Ter grandes mestres e especialistas ensinado aquilo que fazem ou já fizeram.
Não muito distante outro fator deu mais um tempero à indústria da educação que expede todo o tipo de títulos, cujos portadores não apresentam capacidades resolutivas. Trata-se do EAD. Eu sou fã do EAD porque a tecnologia é uma realidade sem volta, mas é preciso utilizá-la sem corromper a educação.
A indústria da educação viu nesse modelo uma forma de aumentar sua lucratividade, a educação fica de lado. O que está em jogo é a Indústria e sua lucratividade. Os mais excluídos enganados pela utopia de que diploma abre portas, são as principais vítimas. No
Norte e Nordeste do país são milhares de vítimas, onde é possível encontrar uma universidade em cada esquina numa pequena edificação com cursos superiores à distancia. A indústria é tão lucrativa que se abre a cada esquina uma franquia, outro modelo de negócio interessante para a indústria da educação. Os valores das mensalidades não paga nem uma hora aula de um professor de verdade.
Mas esses excluídos pensam que lá existem professores de verdades. Resultado, temos no Brasil portadores de diplomas superiores que não sabem, sequer, escrever ou falar na sua própria língua.
A verdade: Os cursos universitários em todos os seus níveis e modelos, foram transformados em um grande comercio que corrompe a formação de nossos jovens e os iludem sem o preparo que o mercado mundial exige atualmente. O ensino médio não prepara ninguém para o mundo profissional, nem para o mundo acadêmico.
Os doutores não pesquisam, não fazem ciência. Os mestres, na sua grande maioria são de baixa capacidade para formar solucionadores, prevalece a retórica e a teoria. Na grande maioria nunca fizeram o que ensinam.
Uma grande parte vai para o mestrado para subir mais um degrau, como pré-requisito para ingressar no doutorado ou para aumentar seu salário. Outro fato coloca mais uma pimenta no prato dos mestres: a banalização do mestrado. Em cada esquina se encontra um. Como não se bastasse, as especializações são atacadas pelo mestrado profissional, a indústria da educação ainda não está satisfeita com sua lucratividade. O que é isso senão uma especialização, ou é verdade que a especialização não especializa ninguém, se bem que esta também foi colocada no balcão de negócios, com mensalidades e modelos cada vez mais barato. Não consigo fechar as contas com os valores minúsculos desses cursos para pagar o professor de verdade.
Numa era em que predomina os “analfabetos funcionais”, encontrar soluções eficientes é muito oneroso, prevalece a lei da oferta e da procura. Já há muito tempo me dedico ao ensino de aperfeiçoamento profissional. Escolhi me dedicar a profissionalização do setor público. Sou vocacionado a oferecer soluções que atenda a uma coletividade, mais que a um individuo daí o direito público, minha escolha. Eu nasci para ensinar, ensinar para mim é fazer alguém aprender como se soluciona um problema em sua atividade. Aqui a mesma historia se avizinha. Aventureiros em todas as esquinas, oferecendo um conteúdo equivalente a vários livros reunidos em tempo impossível de se ensinar.
A lei da oferta e da procura entra em campo e lá vão outros enganados. Vivemos atualmente com uma quantidade de profissionais, especialistas, mestres e doutores semelhantes ao tamanho da população da Índia exibindo oceanos de conhecimentos com a profundidade de uma piscina de criança. Vivemos a era do “O ANALFABETISMO FUNCIONAL”.
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